quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


Sem ósculo

Disse-me tanto, e tudo, e de amor,
Disse-me de saudade, orgia e desejo.
Mas, contudo, na verdade, o beijo
Nunca me deste à face — o esplendor;

Aquele que é santo, paixão e fulgor,
Nunca me veio a‘brasar no ensejo,
Na procura discreta e no almejo,
— Sem que me fosse a primeiro furor...

Distante eu jamais fui, nem a saltar,
De carinhos... E, ainda sofre sozinho
O meu órgão em agonia de pulsar...

Mas vejo que em breve, de desalinho,
O meu ermo, cansado, possa estar
No beijar d’um outro melhor-carinho.

(Poeta Dolandmay)


“In relações”

Nenhum comentário:

Postar um comentário