sexta-feira, 18 de novembro de 2011


Você é toda a minha luz

Quando nesse mundo eu não tiver
Mais a sua luz, meu amor, o teu viver,
Nada em mim poderá dizer
Que o sol nasce todas as manhãs,
Que a lua brilha na paixão
E que no meu coração o sangue faz pulsar
No seu todo e intenso esplendor...

Quando nas estrelas não luzir
O fulgor azul dos céus, é que o seu olhar
Dentre os astros fez se apagar
Todo o amor que entre nós foi de existir...

E nada mais, meu amor, nada mais
Me será de luar e até mesmo de sorrir...

Se que um dia isso puder acontecer
Nada mais de profundo que não de você
Eu poderei dizer de amar...

Hoje ainda há o sol sobre as montanhas,
E o meu todo amor por você
Somente haverá de se desfazer e apagar
Quando nesse mundo eu não tiver
O que em mim se faz dizer
Que só você, meu amor, há de existir...

E quando de você o fulgor azul dos céus
Dentre as estrelas não brilhar,
É que entre os astros fez se apagar
O amor que entre nós é de eu sentir...

E nada mais, meu amor, nada mais
Me será de luar e até mesmo de sorrir...

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011


E ela veio, e eu a amei!

Foi lá, d’outro lado do dia, que ela me amou...
Majestosa! – das videiras era o teu cheiro!
Que, à lua branca, me fez verdadeiro...
Foi por ela! – que fugidia entre as rosas soou,

A canção, que linda, as almas infindas cantou...
“E ela veio, e eu a amei!” como o primeiro
De seus indagados seres, e por inteiro,
– Foi a mim, que o seu coração ela entregou!

Extremo é o seu peito, de amor, endoidecida;
Da voz, – que por cantiga exuma o grito
De esplendor, que o corpo incendeia e treme;

Que perfuma qual folha verde e ensandecida;
D’astros, – por ela amante do infinito,
Que aos céus, o meu corpo incendeia e geme...

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011


Na demência da paixão
(O brado d’ Ela)


Eis na imensidão do amor, tremente
A plenitude da voz, que petrificada
Ficaste em meu peito. E imaculada
Ressurge a nossa paixão eloquente...

Eis que se intui o algoz, e dependente
Ficaste a seu coração. Edenizada,
Rompe-se a canção, que crucificada
Se‘stende à boca de toda a gente...

Ouvido o sussurro dos céus, benditos,
Eis aos loucos sentimentos aflitos
Os ecos penitentes de todo o rumor...

E na vastidão de nossas vozes, frias,
Eis que ressurge o ardor, e as orgias
A nos incendiar novamente o amor!

(Poeta Dolandmay)