sábado, 17 de dezembro de 2011


Na paixão do desejo

Tão distante a humano, torturado
Nas indecências da paixão, profano!
E meu amor de apego fino e sagrado
Se desventura em aceitável engano.

Meu coração já que de tanto amado,
Pulsa elevado às tentações, soberano!
E meu desejo de tremor abalado,
Em teus afetos se desventura insano.

Pois desta paixão eu já amar me vejo
Em tentações de calor e desejo,
E já não anseio d’outro amor provar!

E se distante de humano eu torturo,
É que aos céus inverdades não juro
Para em desventura o amor enganar!

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


E disse Ela
(À cobiça)


Que, tua voz de estranhos conceitos
O meu corpo estremece de ouvir...
Que cânticos extremos d’o teu peito
Faz-me a êxtase o sentido explodir...

Fosses mais que de mim tão perfeito,
Fosses como um vulcão a se’lixir...
Dentre a mim não deixaste um direito
Que de enganos eu pudesse o sentir...

Que vozear d’um condor balbucia,
Que coração se’stalar... que de orgias
A minh’alma ao teu anseio apetece;

De paixão sem que de amor eu pensar,
De tormentos, que aos deuses rogar
O meu corpo ao teu desejo estremece!

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


À Musa d’ Astros

Foste vida, e alegre, e imaculada,
Mulher de sonhos e de amor...
Eu, de tão intenso, um sonhador
Que aos céus a tinha desejada.

Olhos d’estrelas, voz acetinada...
O corpo, qual a lua, era um primor.
Eu, ao sol imenso e sem fulgor,
De humana a tinha deslumbrada.

E ainda como acaso, e nesta era
Teus sorrisos inda vejo exaurir,
Teus cânticos inda vejo a quimera;

Que, de sonhador, ainda a sonho
Ver-te, em mim insana existir
Aos versos loucos que componho...

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Na minha cobiça

Disse ela: “O amor que de saudade
No meu peito se põe a ferver,
Renasce em ardor, e de vaidade
Na qual esperei pra ti endoidecer!

E ressurge a chama da verdade
Que de paixão me põe a enlouquecer
Nesse caminho de insanidade
Que a tanto eu aguardo por você...

E brilha o sol, em mim já vejo o dia
Que nas noites eu em ardentia
Estarei em teus braços, meu bem!”

Pois que sabe ela, que de ardor
Eu me fervo, eu me queimo de amor
Feito ela de saudades, também!

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


O prazer e o Poeta

Amor que não ser real,
mas que de desejo,
da tu’alma alimenta.

Era uma vez:

Nem por insanidades
aliviarei em ti
as minhas ternuras.

Paixão que de prazer irreal,
mas que de orgias,
eloquentes olhos cegam.

Era uma vez:

Nem que se dos céus
não visse estrelas,
de insanidades fosse o sol.

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Minh’alcova de sonhos...


Minh’alcova de sonhos...
(À rosa vermelha)

Nas entranhas do teu corpo, quente e insano,
Perdurei os meus desejos, louco à fantasia...
Mesmo em mim, te sendo um vultoso engano,
Eu te contemplo em minh’alma a ardentia.

E tanto, como a lua de paixão é tão vultosa,
Faz de ti, aos meus pensamentos, enlouquecer.
D’alma atrevida eu te vejo como uma rosa,
E o meu sangue ao vermelho põe a ferver...

Dos teus lábios, eu imagino o mel dourado,
Mas que de instante um amargo se aventura;
De realidade quando o sol se abre, lado a lado,
Dos teus sonhos eu desperto, minha Ventura.

Assim, de tempo em tempo, pôde ofegante,
O teu solver, que de alegrias rompem o sorrir...
De amor, e de orgias, ao teu sugar infante;
Quando ao gozo extremo eu fantasio o teu florir.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Por a luz dos teus sonhos...
(O acaso d’ Ela)


Às estrelas, falei de amor às estrelas,
Ao sol e a lua, de paixão e orgia,
Aos desejos intensos, que dia-a-dia,
Teus olhos d’astros entendi de vê-las...

Às vaidades, que por louca fantasia,
Aos teus sonhos, no íntimo prendê-las,
Por razões nunca compreendê-las;
Por distúrbios em tua luz ensandecia...

Supliquei os teus amores, que em vão,
Vagavam perdidos... Sem notar,
Em desalento o meu imenso coração.

E, aos meus versos d’ouro, a fiz brilhar...
Ó minha ventura, que desde então,
Aos esplendores te almejo encontrar...

(Poeta Dolandmay)