sábado, 29 de outubro de 2011


Antes seu adeus...
(A luz de bela)

Fizeste de mim tão cedo esplendor
Ainda nas ternuras do passado...
Quês ao luar, outrora, lado a lado,
Vivo e endoidecido te eras amor;

Oh, que de ti, em mim, era primor!
Mulher-encanto, sem quer brocado,
Que de meu coração condenado,
Eras-me tão quente e de alto fulgor...

Via-mês pela paixão eu não perecer
Nem que julgado fosse em vão,
E por nada apagar em seu infinito...

Mas por instante, num entardecer,
— Por fim seu luar na imensidão;
“Quês agora tu és todo o meu grito!”

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 25 de outubro de 2011


Idolatria

Quando o amor for algum sentimento,
Que for sem deficiência, mas de alegria;
Assim fora ao passado o nosso alento,
Assim fora êxtase a êxtase o nosso dia...

Quando a paixão for todo o momento,
Que de inconsistência abrasa em orgia;
Fora de chama ardente sem sofrimento,
Fora ao calor extremo nossa ardentia...

Pois nada se é de pulsar inconsistente:
O coração é de cor intensa e infinito,
A lua brilha densamente a cada espaço;

Bem como, afeto idolatra o de repente,
De olhares múltiplos se abre um grito;
Amaremos novamente em cada abraço!

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Amor de culpa...

Pois ninguém sabe de nossas dores,
De nosso coração e de seus temores...
Ninguém sabe do pranto de nosso amor...
De nosso amor que chora o esplendor,
Por verdades e por desejos...

Pois ninguém sabe de nossas ternuras,
De nossa paixão e das loucuras
Que ao corpo provocam nossos beijos...

Pois ninguém sabe do que somos feito,
De nossa alma e de nosso peito,
De nossa canção de aquarela...
Ninguém sabe do amor que somos dela
A julgar por defeito nosso agrado...

Pois ninguém sabe das virtudes e da razão
Que envolve o amor nosso coração
Para nos dizer que amar nos é pecado...

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011


Por a luz dos teus olhos

Os meus olhos, não veem outro amor
Que ao meu peito faz endoidecer,
Qual o seu, o meu coração, ensurdecer
Em frêmito e descompassado furor...

Os meus olhos, à pranto de esplendor,
São vis, por saudades, não compreender
E ao longe de tua face, entristecer,
Os meus olhos são cegos e sem fulgor...

Não miram outros olhos se não o teus
De cor d’estrelas, benditos, abençoados,
Não miram outros olhos os olhos meus...

Porque a luz dos teus olhos é imensidão,
Do nosso amor eterno, e idolatrados
Os meus olhos não veem outro coração!

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Aos Ciúmes d’ Ela

Saber dizer-te... ignorar, desprezando
os teus atos, ofusco, displicente
a zumbir os teus medos, e coerente
fazeis te ouvir às zombas revelando:

Por entre cabelos e rosas, cheirando
é cor múltipla, agrado pendente
que entre donzelas me és simplesmente
quem amo, em tua voz despojando...

Abrir aos céus meus cantos! A tua luz
é quem forjar o ouro, quem conduz
os meus sorrisos ao teu íntegro amor...

Que despeito sente, mesmo ensandecida,
nada a mirar por mim em outra vida;
porquanto me és de todo o esplendor!

(Poeta Dolandmay
)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011


A luz de Oiro

Quando a vi, tudo a despertou. O dia
que, aos teus sussurros de amor
sob os espíritos brancos que subia,
acordei de tua ausência e fulgente fulgor.

Era extinta, e já não breve... Primor
esplêndido que já não se via
em brocados curtos. Um anjo esplendor
que nítida aos meus olhos surgia...

Uma essência divina! Nobre, majestosa
que não se findais em ilusão
como as cantigas brandas odiosas.

Quando a vi, ó meu amor, e iluminada
na tua aparência e cintilante razão,
fez-se seu amor a minha luz edificada.

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011


À flor de silêncio

Te amo como nunca amei antes
Outro alguém cá onde vivo...
Nos céus, as estrelas distantes
São quais ouvem o amor que digo!

Te amo qual a lua dos amantes...
Por paixões, nas noites que abrigo!
Nos sonhos que a faz brilhante,
Eis recordar nosso amor antigo...

Te amo à voz de tua boca santa,
Por tu’alma que me acalanta
À espera de nosso amor distinto...

Te amo sem que a mim escutas;
Aos cantos de as flores mudas,
Por te amar que amar não minto!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 1 de outubro de 2011


Como todo dia de sol

Olho para todos os cantos...
E nada é tão triste,
Quais os dias que me existe
Sem ter o seu amor...

Apenas de um lado os ventos
Insistem em soprar...
De mim passam a desviar
Não levando a minha dor...

São tantas estrelas a brilhar
Nesse infinito sem fim...
São tantas noites de luar...
Mas nada clareia em mim.

Olho para o mar revolto
Em espumas enlouquecer,
Qual não é em minhas veias
O sangue a me aquecer...

Procuro os instantes loucos
Das noites em seu primor,
Que foram de mim aos poucos
Se distanciando de você...

Eu vou pedir a esperança
Como pede todos os sonhos,
Nos versos que eu componho
Eu vou pedir o teu viver...

Olho para todos os cantos...
E algum já vejo alegre,
Já me parece está tão breve
O teu novo existir...

Assim vou seguir cantando...
E de você eu vou aumentando
As esperanças de me vir...

São tantas estrelas a brilhar
Nesse infinito sem fim...
São tantas noites de luar...
E você, já brilha em mim!

(Poeta Dolandmay)