sábado, 28 de abril de 2012


A Virgem e os Poetas

Ela era o sol, as estrelas, ela era a lua!
Tão linda, meu Deus! Simplesmente
Uma virgem edenizada. E nua, —
Ela me era qual uma prenda eloquente.

E, os Poetas, a rogavam doidamente:
“Dá-nos, oh, Senhor, e a perpetua
Na tua fragrância divina, e dependente,
Por todos os séculos a nos côngrua!”

E eu somente a olhava... Tão desejosa!
Filha dos alfobres, que linda rosa, —
A mais bela entre as belas de todo plano!

E eu a roguei a Deus: “À alma humana,
Dá-me, oh, Senhor, como profana! —
E Ele deu-me a virgem, o meu engano!”

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 11 de abril de 2012


Que nos devore o amor

Ama-me, até mesmo que seja diferente de mim,
Mas me ame assim, com alegria...
Seja-me uma canção de beleza e de amor,
Mas não me seja desse amor à surdez,
Todavia, me seja uma melodia suave aos ouvidos...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 3 de abril de 2012


O estro d’ Erato

Como a lua ela passava... tão formosa, fugidia,
Quente, e alva, na noite em clarão brilhava;
E de paixão exauria a alma, e descansava
O teu corpo firme e doce. E de amor revivia

O meu coração aos seus instantes, na fantasia,
No enfeitiçar de sua luz. E se entregava
O meu gracejo, na imensidão de su’alquimia
Deslumbrante, que bela, como a lua ela passava...

E de nada me fosse esconder os sentimentos
Do meu fechado mundo. Num só poder,
Revelavas, e me envolvias, aos seus conventos...

Nos meus olhos abotoados, imaginava o beijo
De sua boca, que sem lábios, no prender
Da sua intensa luz, ela descansava o meu desejo...

(Poeta Dolandmay)