quinta-feira, 29 de setembro de 2011


Ela foi um sonho!

Ela me mentiu, em passos leves de amor;
A verdade era uma lógica sem saída.
Era tanta paixão! — um desejo sem vida!
Que tanto atormentava o meu fulgor...

Tinha tanto brilho, mas uma luz sem cor;
Ofuscada em sentimentos, e comovida
Ela tinha tantos planos... sem que partida
Viesse sentir ao coração o meu primor!

“Prisioneira dos sonhos... não realizados!”
Tornando-nos espectros condenados,
De amores fúnebres a perecer na solidão...

— Ela se foi, como um conto de saudades!
E os teus anseios loucos de vaidades
Perderam-se nas falsas luzes da ilusão...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 27 de setembro de 2011


Nos teus sonhos

No escuro infindo da noite
Luzes azuis brilhavam;
Eram os olhos de meu amor,
Que as estrelas imitavam.

O vento murmurante e frio
Era um cantor descrente;
De cantigas esplêndidas
Mentindo o amor que sente.

Eu, aos teus sonhos loucos:
“Oh, lua, em o seu fulgor,
Tão casta como a tua luz,
Dá-me ela ao teu esplendor!”

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Às tuas vaidades

Um amor tão mais risonho, assim não vejo!
Quem o diria de felicidade não ter conta...
E nada é tão mais puro, que o desaponta
De tempo algum a lhe ofuscar o meu desejo.

Passam dias e passam noites ao teu beijo...
E nessa era um outro afeto ninguém aponta
Como preciosos risos, que a fizeste pronta
Totalmente a mim, amor, sem quer um pejo!

Ah! Que bem, tudo isso me fosse à verdade...
Que bem, oh, meu amor, sem vaidades
Me fosse esse impossível nunca a morrer...

Esse amor tão mais contente ainda é sonho!
Inda estão nos versos que eu te componho,
Em meio aos infinitos risos, p’ra em ti viver...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 6 de setembro de 2011


À prometida II

Dá-me, oh, mulher d’estrelas
As tuas promessas,
Os teus sorrisos de paixão;
Rumor de cantigas presas...

Meu coração, ora pulsante,
Ora frenético e triste;
É teu cais distraído
Nas vozes que a persiste...

Horas doces, horas loucas
Passam por mim em vão,
No sol que queima
O meu inerme coração...

Nas luzes de velas mortas
O teu crepitar imagino
Como fada entre os lírios
A prover o meu destino...

E vêm a mim os imunes,
— Sei lá se sentem dor,
Perguntam-me sorrindo:
Por que sonhas o esplendor?

Respondo em meio pranto:
Amor cá, é tudo em vão...
Não igual, qual dela eu vejo
Lá brilhar na imensidão...

Até as rosas de setembro
Já me perguntaram um dia:
Por que não vês a primavera,
Por que não te é idolatria?

Enquanto os mentirosos
Disfarçam-se em sorrir,
Eu adormeço em tua graça
Na espera de me vir...

Minhas flores são da noite
Onde pisa o meu sonho
Cheirando perfume de lírios
No luar que te componho...

Lindos são os teus olhos
D’estrelas que não mentem,
Enquanto astros choram
A mentir o amor que sentem!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 3 de setembro de 2011


À prometida

Se te disser adeus, oh, mulher d’estrelas,
Com quais paixões eu viveria no olhar?
Viveria nas noites os sonhos de amar?
Os meus dias tristes já por longas fuselas?...

Pois que, já és de mim, as acesas velas...
E dentre o teu corpo de oiro a crepitar
Estão os nossos desejos de paixão e de luar
Que me jurou existir, em cantigas belas...

Já sou dos teus braços um amor antigo...
Uma promessa que s’estende comigo
A viver no pulsar infinito de seu coração!

Dizer-te adeus, já não posso, oh, amada,
Pois que dentro de mim, mesmo ofuscada,
Não me és em sonhos um amor em vão...

(Poeta Dolandmay)