terça-feira, 6 de setembro de 2011


À prometida II

Dá-me, oh, mulher d’estrelas
As tuas promessas,
Os teus sorrisos de paixão;
Rumor de cantigas presas...

Meu coração, ora pulsante,
Ora frenético e triste;
É teu cais distraído
Nas vozes que a persiste...

Horas doces, horas loucas
Passam por mim em vão,
No sol que queima
O meu inerme coração...

Nas luzes de velas mortas
O teu crepitar imagino
Como fada entre os lírios
A prover o meu destino...

E vêm a mim os imunes,
— Sei lá se sentem dor,
Perguntam-me sorrindo:
Por que sonhas o esplendor?

Respondo em meio pranto:
Amor cá, é tudo em vão...
Não igual, qual dela eu vejo
Lá brilhar na imensidão...

Até as rosas de setembro
Já me perguntaram um dia:
Por que não vês a primavera,
Por que não te é idolatria?

Enquanto os mentirosos
Disfarçam-se em sorrir,
Eu adormeço em tua graça
Na espera de me vir...

Minhas flores são da noite
Onde pisa o meu sonho
Cheirando perfume de lírios
No luar que te componho...

Lindos são os teus olhos
D’estrelas que não mentem,
Enquanto astros choram
A mentir o amor que sentem!

(Poeta Dolandmay)

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