quinta-feira, 21 de julho de 2011


Aspiração viva

Tu és dos meus dias o vento norte!
A tocar a minha pele em ar quente,
Beijando-me a face, insano, tão forte
Por deixar o meu sentir elouquente!

Tu és dos meus dias a brisa da sorte,
O findar do meu aspecto plangente...
Que, no avarento momento da morte,
Deu-me vida com um beijo ardente!

Morto por cansado num afeto triste,
Deste-me o beijo d’um amor que existe
Dentre as almas mortas esquecidas...

Que bem os desejos que sinto agora,
Sejam eternamente pela vida a fora
Os ventos a beijarem as faces perdidas!

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 13 de julho de 2011


Sem que eu tenha você

Nessa solidão,
Os dias se vão, são noites e noites sem luar,
E nada me move, e nada me faz completar
Sem que eu tenha você...

Nessa solidão,
Os dias se vão sem que eu os possa vencer,
E nem voltar, e nem escolher
Em qual estrada seguir...

Nessa solidão,
O tempo não para, no amor que não vê,
Nos dias que se passam sem que eu tenha você,
Sem que eu os possa existir...

Nessa solidão,
O meu coração já é fraco, eu já não sonho...
Nem o que eu componho é mais poesia,
Já não tenho esperança...

Nessa solidão,
Somente você poderá parar a agonia,
Poderá parar o tempo, poderá parar os dias
Que se vão sem que eu os possa viver...

Nessa solidão,
Os dias se vão sem que eu os possa entender,
Nem o que no meu coração eu preciso fazer
Pra me reencontrar...

Nessa solidão sem você,
Sem você,
Sem que eu tenha você
Nessa solidão...

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 11 de julho de 2011


À minha Vã

Dantes pregado as tuas eras
Mulher das rosas, do beijo...
Endoidecido, quem me deras
Fosse teu oiro ao Alentejo...

Talvez ninguém fora à terra,
Hoje que é luz, é meu desejo...
Oh, mulher, quem cá esperas
É sua saudade, e é seu pejo.

Agora adiante, sei quem sou!
Como dantes: O seu Amor
Que aos infinitos foi perdido...

Hoje, a chorar a sua saudade...
Pois que mulher, nas vaidades
Fosse de mim o amor antigo!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 1 de julho de 2011


No Amor d’ Ela

Os meus olhos não cegarão
Onde infinitos que hão de ver
O fulgor d’ estrelas,
Nos caminhos que percorrer
As almas brancas de astros,
A lua virgem das paixões,
Nos casulos que deitam corpos,
Onde estendem os corações...

Os meus olhos não cegarão,
Serão ledores de sul e norte,
Dos dois lados do mar,
Criaturas que beijam a sorte
Onde o amor é juventude,
Para que o tempo não mude
Ou velas queimem primeiro...

Os meus olhos não cegarão,
No amor d’ Ela não cegarão,
Nas gavetas amontoadas
Cheirando flores que imitam
Um jardim cheio de cor...

No amor d’ Ela não cegarão,
Infinitos os meus olhos serão
Na existência de seu amor...

(Poeta Dolandmay)