terça-feira, 31 de janeiro de 2012


Mulher - Quatro pecados

Amor: Um sentimento de total desejo. E, talvez
Não, se, por modéstia for o teu perfume louco,
Ou se, vier, mulher, em trevas ao meu sonho pouco
Excitando-me os pesadelos de tua vã mudez.

Paixão: Resoluta. Se, contudo, me for tampouco
O teu corpo sereno e firme, — tua perturbada nudez;
Escultura desenhada aos meus olhos moucos,
Como rochas, ao teu aroma de total embriaguez...

Orgia: Vil. A não ser, se, o teu calor de suor gelado
Fosse, sem mel das delícias aos meus brocados,
Se que, não fosse à ardentia o teu céu-esplendor...

Desejo: Um espírito de pulsar enfeitiçado e célebre,
Um fervor dentre as veias d’um corpo em febre;
Que excitar, mulher, em fogo, tu és o pecado-amor!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 28 de janeiro de 2012


Filha de Zeus
(A pecadora)


Ela era a imaculada, a luz da lua.
Uma estrela sob os céus de amor,
Que dentre todas as virgens, em fulgor,
Sentira sem desejo à pele nua...

Antes, que aos astros um altivo
Sem dependência de anseios, sem razão,
Fizesse-a pulsar forte o coração,
Num ardor de ofegante ao sol cativo...

A virgem imaculada fora às águas
Banhar-se o seu corpo, sem que mágoas
Pudesse de sentir ao sol poente...

Mas certo que em todo altivo torto
Não se sente dum só desejo o conforto;
E fizera a imaculada descontente...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012


A Musa e o Poeta

Eu vi a lua na noite escura,
Eu vi os teus olhos de luz serena,
Eu vi tu’alma e os teus sorrisos...
Estrelas azuis, e astros d’ádvena.

Eu vi a paixão do amor real,
Eu vi dos prazeres os teus desejos,
Eu vi o teu corpo escultural,
Dos lábios quentes quis teus beijos...

E do imortal sonho irreal,
Dos murmúrios tensos, da voz pura
Ouvi os gemidos de su’alma...
Musa de Bardos, dependente.

Senti os teus aromas d’açucena,
Flor dos silêncios que me perdura,
Cíntia nua que me acalma,
Na visão profana de minha mente...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012


No sonhar em você

No mundo sem você
Não tenho fantasia...
No dia o sol faz se esconder
Em noite vazia...
E a lua não beija a paixão,
E triste o meu coração
Sem vontade de viver,
Sem vontade de sorrir
Nada o faz pulsar e sentir
No mundo sem você...

Se tão perto a vejo existir
Num sorrir de alegria,
No teu querer em ardentia
Tão intenso é meu fulgor.

Se tão perto a vejo sorrir
Num existir de fantasia,
No teu sonhar à luz do dia
Tão imenso é meu amor.

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012


Quer-se falar de amor...

Mas antes que feche o dia,
Que desejos fossem teu;
Assim de amor nada seria
A dormir no peito meu...

Que eu fulgir em ardentia
Como que fosse um apogeu;
Sem sol-fulgor e euforia,
Que às tentações seria eu...

Mas que antes dum tremor
Chamas brotam em calor
A redigir dentre os amores...

Por amor que for perfeito,
Se que Poeta eu fosse eleito
Nada seria dentre as flores...

(Poeta Dolandmay)