sábado, 24 de março de 2012


Castidade

Fizeste de mim um arrebol bendito,
Do meu amor um feitiço imaculado...
Da minh’alma de crença o pecado
Fez-se de paixão um cerne erudito...

Fizeste de meu corpo teu bem restrito
Abrasado ao perfume de seu andado...
E do meu sentimento, conspirado,
Notou-me em versos teu feito infinito...

O meu espírito se mantém aceso,
Desde outrora ao notado em que nasci,
Desde que eu vivo a desventurar...

Que sol que nasce, em que sol avesso,
Em que casto tempo, em qual vivi,
Em qual vida, amor, vou te encontrar...

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 21 de março de 2012


Análoga

Ela me é estrela, totalmente nua...
Astro-luz, minha sina imaculada,
Que em fulgor é minha amada;
A tormenta encantada da charrua...

Bendita, que eloquente perpetua...
Que, assim, por mim é desejada;
De minha ternura é iluminada
Por onde passa, minha branca lua...

Enfeitiçada de paixão, ela se impõe,
Delírios... Desejos meus! E bela,
De meu vultoso verso se compõe...

Musa! Que de seu corpo é ardor...
Formosa! Que de Poetas à procela,
É dos céus a clareza de esplendor.

(Poeta Dolandmay)

sábado, 17 de março de 2012


Excêntrico

De tanto amor lhe fui!
Hoje, eu sei lá! Sei lá o qu’eu te sinto!
S’eu te sinto amor? Não sei!
Não mais teu infinito eu sou.

Não!... Não me inventas sentir...
Meu coração é mudo.
Meu sonho é existir...
No que de ti, não tive ao mundo!

Amor sente... Paixão violenta...
Ardências envolvem!
Lábios molham... Sangue esquenta...
Desejos não morrem!

Buscando, e querendo... Amor-teu!
Em minhas ilusões, segui...
Agora, o qu’eu te sinto? Sei lá! Adeus!
Ao seu amor morri!

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 13 de março de 2012


O Poeta e a sua Amada

A rosa mais brilhante dum jardim
É assim a minha amada
A mais rubra entre as cores
De paixão intensa e apaixonada...

A mais pulsante de desejo
É assim a minha amada
De beijo eloquente e de amores
A mais bela e encantada...

Na noite não esconde ardentia
Que à luz do dia é comportada
Que de prazer e de orgia
Por tudo em mim é enfeitiçada...

É assim a minha amada
Que sem tristeza e sem dores
Que de alegria e de ardores
Ao teu corpo em fogo é imaculada...

É assim a minha amada
Que por minha escrita e melodia
Na ilusão que eu vivo e sonho
Que será pra sempre desejada...

(Poeta Dolandmay
)

terça-feira, 6 de março de 2012


A flor d’ Lis

Ela desabrochou, em aroma de flores;
Rosa linda, rubra, deslumbrante,
Como uma musa de pecados, e amante,
Com o beijo mais lúbrico dos amores...

Princesa de fusão, lírica, sem temores,
Com olhos d’estrelas, chamejante,
Pele de seda, corpo altivo, e pulsante;
— A essência mais convulsa dos ardores...

Tu, querida, que me olhaste, formosa,
Única! Cobiça minha, qu’eu procurava, —
Eis aos meus jardins tão linda rosa...

Em cores, gentil elite, oh, uma pintura,
Sensual, tão elegante; que iluminava
Aos meus olhos os desejos que me dura...

(Dolandmay Walter)